Codex Calixtinus: O Guia do Peregrino no Caminho de Santiago
O Liber Sancti Jacobi, ou Codex Calixtinus é um manuscrito de meados do século XII. Uma enciclopédia em 5 volumes, sendo mais conhecido popularmente pelo seu livro V, que se constitui do mais antigo guia para os peregrinos que percorriam o Caminho de Santiago de Compostela. O livro V apresenta conselhos, os perigos existentes, descrições do percurso e obras de arte nele existentes, os usos e costumes das populações que viviam ao longo da rota. Os demais livros do códice contêm sermões, narrativas de milagres e textos litúrgicos diversos relacionados com o apóstolo São Tiago.
Origem do Codex Calixtinus
Embora sua origem foi de autoria supostamente do Papa Calisto II, o manuscrito foi na verdade redigido por vários autores, no período entre 1130 e 1160, e caracteriza-se pelo belo latim empregado e por seu elevado valor literário. O exemplar mais antigo, conservado na Catedral de Compostela, é datado entre 1150 e 1160. O códice sofreu intervenção de restauração em 1966, ocasião em que lhe foi reincorporado o Livro IV, que dele havia sido destacado em 1609. O livro IV, “Historia Karoli Magni et Rothalandi”, narra a história de Carlos Magno e de Rolando na Hispania em um tom épico e fantástico. Conhecido como a “crónica pseudo-Turpin”, por ter sido atribuída ao bispo Turpin de Reims, mostra um Carlos Magno descobridor da tumba do apóstolo Santiago e criador dos inícios da peregrinação a Compostela e da sua igreja.
Este livro IV foi muito difundido na Idade Média em toda Europa e serviu de inspiração a vários cantares feitos na França e Itália. O livro V, último da codificação, “Iter pro peregrinis ad Compostellam”, é conhecido como Guia do Peregrino de Santiago de Compostela. Atribuído a Aimerico Picaud, foi escrito entre os anos 1135 e 1140. O texto é um conjunto de conselhos práticos para os peregrinos, baseado no próprio percurso do autor, com os lugares onde descansar, qualidade das águas, os perigos a evitar, as relíquias a venerar, as gentes e cidades do caminho ou os santuários a visitar antes de chegar à catedral de Santiago de Compostela.
(texto com base em informações obtidas na WikiPedia)
O Caminho das Estrelas
Segundo o Codex Calixtinus, na Galícia, nos primeiros tempos de peregrinação, era comum darem informações falsas e enganarem os peregrinos que não conheciam o local. Isso mudou com o tempo e hoje é um dos trechos com melhor acolhida a todos os que trilham as sendas ali existentes rumo a Santiago de Compostela. Longe das luzes das cidades, trilhando o Caminho Francês para Santiago de Compostela à noite, se as nuvens e a lua ajudarem, você verá uma faixa de luz leitosa e um tanto pálida cruzando o céu por sobre a cabeça desses peregrinos noturnos. É a Via Láctea, morada do nosso sistema solar, e, claro, do próprio planeta Terra, nossa casa no Cosmos.
A relação inseparável da Via Láctea com o Caminho de Santiago tem justamente seu registro histórico escrito mais antigo desde o século 12, no Codex Calixtinus. Mas desde muito antes do registro feito no Codex Calixtinus, o Caminho das Estrelas era o mapa escrito nos céus que orientava os peregrinos, desde tempos pré-cristãos, começando na pré-história, passando pelos celtas e depois pelos romanos durante o período de dominação da Península Ibérica. Assim, naqueles remotos tempos, para identificar a rota correta bastava caminhar para o Oeste, onde o sol se punha ao fim das tardes. Pela noite fechada, bastava identificar a estrela polar na Via Láctea para indicar onde estava o Norte, e dai ficava fácil continuar progredindo na direção Oeste (a mesma estrela polar que tanto ajudou nas grandes navegações do século XV a cruzar o Atlântico rumo às Américas).
Como a posição da Terra muda em relação aos astros celestes em função da estação do ano (verão, inverno, primavera ou outono), a Via Láctea se apresenta de formas distintas aos peregrinos em cada uma dessas estações. Ela se mostra em todo o seu esplendor no verão, bem tímida nas longas noites do inverno, e praticamente desaparecendo dos céus na primavera, podendo ser vista apenas no horizonte. Observando a Via Láctea à noite pelo Caminho de Santiago, o peregrino poderá sentir como os construtores de templos pré-cristãos, igrejas e catedrais na Idade Média se orientavam para marcar os lugares sagrados. Também a Via Láctea nos mostrará a cada noite ali percorrendo o Caminho de Santiago o quanto pequeno e insignificantes nós somos.
Redator
Paulo Fernandez
Paulo Fernandez é consultor da Nattrip para a peregrinação à Santiago de Compostela, tendo concluído o Caminho Francês desde Saint-Jean-Pied-de-Port em 1999.
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